quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Serial Killers: Andrei Romanovic

Andrei Romanovic foi o primeiro serial killer conhecido na Rússia (Século XX). Também conhecido como Açougueiro de Rostov ou Estripador de Rostov.



Andrei nasceu em uma época difícil da Ucrânia, conhecida como "A Grande Fome". Por causa deste período, seu irmão foi assassinado e comido (literalmente) pelos vizinhos.



Mas não foi o único caso. Nesta época várias crianças foram raptadas e vendidas para serem comidas. Tempos difíceis geram canibalismo.

Apesar de míope, sempre foi um estudante ávido por livros, mas seu jeito estranho e quase afeminado sempre provocava risadas constantes dos colegas.

Durante a adolescência teve um distúrbio sexual que o deixou temporariamente impotente, levando-o a acreditar que havia sido castrado e cegado ao nascer.  Também nesta época de sua vida parou de sofrer bullyng por causa de seu tamanho, que gerou certo respeito dos demais.

Aos 16 anos já era o editor do jornal escolar e do escritório de informação política, cargos que lhe davam algum prestígio. Ainda assim, sua vida social era inexistente, em especial no que dizia respeito a mulheres.

Após completar o serviço militar, se tornou engenheiro de uma empresa de telefonia em Rostov. Nessa época sua irmã mais nova acabou indo morar com ele. Foi ela que apresentou a ele a mulher que se tornaria a sua esposa.

Casou-se com Fayina em 1963 e apesar dos problemas sexuais de Chikatilo, e a falta de interesse em sexo convencional, ele e sua esposa tiveram dois filhos: Lyudmilla e Yuri. Eles tiveram uma vida familiar considerada normal pelas pessoas próximas.




Em 1971, Chikatilo concluiu um curso por correspondência em literatura russa, e obteve seu diploma pela Universidade de Rostov. Ainda em 1971, uma mudança de carreira fez com que Andrei se tornasse professor, indo lecionar em uma escola para rapazes situada em Rostov

Sua timidez profunda dificultou muito sua vida como professor, no controle dos alunos. Eles sempre o ridicularizavam e o humilhavam. Seus colegas de profissão também riam dele, por achá-lo muito estranho. Por isso, apesar de sua idade e tamanho, Chikatilo sentia-se intimidado pelos alunos, assim passou a levar sempre consigo uma faca.

Empregado como supervisor do dormitório escolar, Chikatilo foi despedido sob a alegação de ter molestado os estudantes do sexo masculino.

Em 1973 sua mãe faleceu, e nesse ano Chikatilo começou a molestar meninas.

Em 1978, foi trabalhar na área de suprimentos do governo e passou a viajar diariamente. Chikatilo começou sua carreira de matança abordando, na maioria crianças e mulheres (geralmente prostitutas), que encontrava em estações de trem e pontos de ônibus.

Em 22 de Dezembro de 1978 fez sua primeira vítima reconhecida, Lena Zakotnova, de 9 anos. Ela foi estrangulada, estuprada e apunhalada diversas vezes. Seu corpo foi encontrado e retirado do rio Grushevka dias depois. Mais tarde Andrei confessaria que enquanto estrangulava a garota ele teve um orgasmo. Nesse momento ele associou o prazer sexual ao ato violento, fato esse que marcaria os seus ataques.






Sua segunda vítima foi a menina Larisa Tkachenko, 17 anos. Ela cabulava aula na cidade de Rostov quando foi seduzida por Chikatilo a ir ao bosque fazer sexo com ele.

Por causa de seu problema, Andrei não conseguiu uma boa performance. Com isto, a garota começou a rir dele. Morreu estrangulada na hora. Enfurecido e humilhado, roeu a garganta, os braços e os seios da adolescente. Sorveu um de seus mamilos depois de cortá-lo com os dentes e empalou-a. Como se nada tivesse acontecido, pegou sua maleta e seguiu viagem.

Em 12 de junho de 1982 persuadiu Lyuba Biryuk a acompanhá-lo. Esta menina de apenas 12 anos foi esfaqueada pelo menos 40 vezes no silêncio de uma floresta. Seus ferimentos incluíam a mutilação dos olhos. Os restos mortais de Lyuba só foram encontrados um ano depois.



Em 1983 Chikatilo fez mais 3 vítimas, entre elas uma primeira masculina, Oleg Podzhidaev, de 9 anos. O corpo do menino nunca foi encontrado, mas segundo os depoimentos posteriores do assassino, Oleg foi castrado, e seus genitais levados por ele – outra assinatura frequente de seus crimes.

Em 1984 Andrei assassinou mais de 15 pessoas. Chikatilo foi detido para interrogatório naquele ano e liberado por falta de evidencias após os oficiais comunistas intervirem a seu favor, lamentando a “perseguição” de um membro leal do partido.

A polícia estava alarmada com o número de assassinatos de crianças, e obteve o reforço do major Mikhail Fetisov e seu time de investigação. Finalmente alguém chegava à conclusão de que eram obra de um único louco.

Em 1985 Andrei matou uma jovem de 18 anos que tinha problemas mentais, ela foi estuprada e levou mais de 387 facadas pelo corpo.

Em 1989 Tatyana Ryshova foi esfaqueada, estuprada, decapitada e teve suas pernas amputadas. Seu corpo foi embrulhado e jogado em um trenó no pátio de um vizinho. No mesmo ano matou  Helena Varga, de 9 anos. Ela foi esfaqueada e teve seu útero e parte de face retirada. Seu corpo foi dado como irreconhecível. Só depois de muita investigação descobriram sua identidade.



Como a maioria dos crimes ocorrera na área de Rostov, em particular na cidade de Shakhty, Fetisov montou ali um esquadrão como base para as investigações. Para liderar o esquadrão, foi escolhido Victor Bukarov, experiente analista forense, considerado por muitos o mais talentoso investigador de cenas de crime do departamento de polícia. O caso foi denominado “Os assassinatos do estripador da floresta”.

Inicialmente os investigadores suspeitaram de que o assassino seria um doente mental, e passaram a estudar nomes de pacientes de clinicas psiquiátricas. Os arquivos da polícia também foram vasculhados minuciosamente, mas nada parecido com aqueles crimes foi encontrado.

Com a falta de pistas o grupo começou a recolher amostras de sangue de pessoas dadas como suspeitas e comparava essas amostras recolhidas com as encontradas nos corpos das vítimas, entre os suspeitos estava Andrei Chikatilo, mas nada foi constado ou provado.

A polícia estava desesperada porque o número de mortes era cada vez maior. Bukarov então pediu para vários psicólogos, psiquiatras e patologistas sexuais do Instituto Médico de Rostov que preparassem um perfil do assassino. Muitos deles se negaram a ajudar, alegando terem poucas informações, mas o Dr. Aleksandr Bukhanovsky concordou e forneceu um perfil aos investigadores:

O assassino sofria de distúrbios sexuais.
Sua altura era de, aproximadamente, 1,67 metros.
Sua idade estava entre 25 e 50 anos.
Calçava número 41 ou acima deste número.
Possuía tipo sanguíneo comum.
Provavelmente sofrera alguma forma de abuso sexual e brutalizava suas vítimas para “compensar” o fato.
Não era retardado ou esquizofrênico.
Sofria de dores de cabeça.
Agia sozinho.
Sádico, sentia-se deprimido até matar.
Planejava seus crimes.


Não tendo muita sorte com as informações obtidas pelos especialistas, o chefe da investigação resolveu se espreitar e fazer grandes vigilâncias nas estações de trem e ônibus. Após alguns dias de vigilância, chamou a atenção dele um homem de meia idade, que usava óculos de grau. Aquele senhor olhava com insistência para jovens garotas. Os investigadores resolveram então segui-lo por algum tempo. A espreita durou várias horas, naquela noite Chikatilo tentou conversar com diversas mulheres, e com uma delas obteve êxito e iniciou beijos e caricias, mas após algum tempo a mulher se aborreceu e se levantou gritando, imediatamente os investigadores o abordaram e pediram seus documentos.

Chikatilo começou a suar. Os investigadores pediram para revistar sua maleta, quando a abriram encontraram: uma corda, um pote de vaselina e uma faca afiadíssima. Chikatilo foi levado sob custodia sob a acusação de assédio sexual, algo que dava à polícia 15 dias para a averiguação do suspeito.

Durante esse tempo, foi descoberto um registro criminal anterior de Chikatilo, que havia roubado um linóleo e bateria de um carro de propriedade de uma fábrica do Estado. Não era muito, mas esse crime dilatava o prazo de detenção por vários meses, dando aos investigadores a chance de examinar seu passado com ais cuidado.

As evidências indicavam que ele poderia ser o assassino tão procurado. Resolveram então tirar uma amostra de seu sangue, para identificar seu tipo sanguíneo: era tipo A. Se, a essa altura dos acontecimentos, a polícia tivesse colhido amostras de saliva e sêmen, teria descoberto que seu tipo sanguíneo na verdade era AB. Mas os antígenos B em seu sangue não estavam presentes de forma suficiente para serem detectados.

A única evidência real que restou para a polícia, e que poderia ligá-lo aos crimes, era o conteúdo de sua pasta. Chikatilo então foi condenado apenas por roubo.

Chikatilo cumpriu três meses de uma pena de um ano e foi solto outra vez, ainda em 1984. Os crimes então continuaram.

Naquele ano foi feito mais um perfil para o assassino. Nesse constava que o assassino era: Narcisista, Heterossexual, era inteligente, praticava necrofilia, cegava as vítimas para não ver sua imagem em seus olhos, e emasculava meninos praticando canibalismo com as partes retiradas das vítimas.

Em dezembro do mesmo ano, Chikatilo já estava empregado em uma fábrica de locomotivas perto de Novocherkassk. Como antes, seu serviço incluía muitas viagens, todas legítimas, a trabalho.

Permaneceu sem matar até agosto de 1985, quando se aproximou de uma jovem de 18 anos com problemas mentais. Ela concordou em segui-lo até uma mata perto da linha do trem, onde algum tempo depois estava morta, com marcas de 387 facadas pelo corpo.

Ainda em agosto, Chikatilo encontrou uma jovem na estação de Ônibus de Shakhty, que disse a ele não ter onde dormir. Oferecendo a ela seu barraco em troca de favores sexuais, guiou-a pelo caminho da floresta. Mais uma vez ele falhou sexualmente. De novo, uma mulher riu de seu pobre desempenho. Foi morta de imediato.

Para entender melhor a mente desse assassino, Bukarov, o analista forense, entrevistou o famoso Anatoly Slivko, molestador e assassino de sete meninos. Achavam que procuravam alguém parecido com ele. Esse condenado foi executado logo após a conversa.

Em 1986, apesar de o esquadrão de investigação ainda estar trabalhando, extraoficialmente o caso foi passado para as mãos de Issa Kostoyev, diretor do Departamento de Crimes Violentos de Moscou. Ele reorganizou os trabalhos em três times: Shakhty, Rostov e Novoshakhtinsk. Decidiu que qualquer pessoa que tivesse sido condenada por qualquer crime com motivo sexual fosse checada novamente. Profundas investigações começaram a ser feitas, e por esse motivo que Chikatilo, assustado, parou de matar por algum tempo.

Depois de longa investigação e um suspeito fuzilado após seu perfil coincidir, Chikatilo volta a matar, agora em 1987 um menino de 13 anos, logo seguido de outro garoto sendo esse assassinado tão violentamente que a faca de Andrei chegou a quebrar durante o ato.

Em 1988 matou uma mulher de 30 anos, na cidade de Krasny-Sulyn. Em 1989 mais 8 vitimas foram encontradas. Em 1990 a policia ainda não tinha resolvido os crimes.

Em julho do mesmo ano, a viagem a Zaporozhye, Ucrânia, resultou na morte de outro menino que o seguiu floresta adentro. O ataque a este garoto foi tão brutal, que a faca de Chikatilo quebrou na cena do crime, sendo encontrada pela polícia.

Em 1988, tornou a matar no mês de abril. Desta vez, sua vítima foi uma mulher de 30 anos, na cidade de Krasny-Sulin. Na cena do crime foi encontrada uma pegada do assassino, tamanho 45.

No ano de 1989, mais oito vítimas foram mortas por Chikatilo. Uma delas no apartamento vazio de sua filha, agora divorciada. Ele embebedou Tatyana Ryshova e a seduziu. Depois de esfaqueá-la e estuprá-la, se deu conta de que não poderia deixar o corpo em local tão óbvio. Utilizando-se de uma faca de cozinha, decapitou-a, amputou as pernas e embrulhou tudo em panos. Amarrou a trouxa no trenó de um vizinho e levou os restos mortais para um local de despejo seguro.

A última vítima de 1989 foi um menino de 10 anos, que ele conheceu em uma locadora de vídeo. Foi morto a facadas e enterrado no cemitério de Rostov pelo próprio assassino.

No ano de 1990, a polícia ainda não havia resolvido os crimes, e todos sabiam quanto estava custando o fracasso.

Sem obter êxito nas investigações, a polícia volta a espreitar as estações de trem e ônibus, desta vez utilizando até policiais do sexo feminino como isca humana para atrair o assassino. Mas após a polícia ter encontrado um bilhete de passagem junto ao corpo de uma das vítimas, foi perguntado ao homem que havia vendido o bilhete se o menino estava acompanhado, foi então que o vendedor fez uma descrição de Chikatilo.

O atendente também informou que sua filha já havia visto esse mesmo senhor um ano antes, quando ele estava em um trem conversando com um outro menino e tentando convencê-lo a descer do trem com ele. O garoto se recusou e fugiu. A polícia foi imediatamente conversar com a tal filha, que deu uma descrição detalhada do sujeito. Afirmou que ele era frequentador constante dos trens, sempre tentando descer acompanhado de algum jovem.

A policia logo se mobilizou e partiu atrás de Chikatilo, mas ao mesmo tempo ele fazia mais uma vitima desta vez uma moça de 20 anos.

A polícia começou então a ler todos os relatórios anteriores sobre fatos estranhos que seus investigadores poderiam ter observado nas estações. Ao ler o relatório do sargento Ribakov, o chefe Kostoyev surpreendeu-se. Como aquele relato passara despercebido?
O sargento Igor Ribakov contava que, num certo dia, trabalhando na estação de trem, reparou em um homem andando pela plataforma, suando profusamente. Ao chegar perto para examinar melhor, notou que o senhor em questão tinha mancha de sangue na face e no lóbulo da orelha, além de ter um curativo em um dos dedos da mão. Pediu os documentos do tal homem: Andrei Chikatilo, engenheiro sênior de uma fábrica de locomotivas em Rostov. O policial ia fazer mais perguntas quando um trem chegou, e Chikatilo insistiu que tinha de seguir viagem naquele momento. Não havendo nenhuma razão real para segurá-lo ali, Ribakov o deixou seguir seu caminho. Apreensivo, o chefe Kostoyev resolveu checar os registros de viagem desse tal Chikatilo.

Nesse meio tempo, outro corpo foi encontrado na cidade de Ilovaisk, o da menina Alyosha Voronka. Kostoyev logo descobriu que Chikatilo estivera nessa cidade a negócios, na mesma data. O esquadrão principal decidiu montar um esquema de vigilância permanente sobre aquele suspeito, para tentar pegá-lo em flagrante.

Em 10 de novembro de 1990, Chikatilo resolveu procurar um serviço de raios X para descobrir porque seu dedo, mordido por uma das vítimas, ainda doía tanto. Constatou-se que o dedo estava realmente quebrado. Recebeu tratamento e foi dispensado. Ao chegar em casa, resolveu sair outra vez para comprar cerveja. No caminho parou para conversar com um garoto, mas afastou-se quando a mãe dele apareceu. Logo adiante encontrou outro menino e se engajou numa outra conversa, até que a mãe dele também o chamou. Foi então que três homens, vestindo jaqueta de couro, aproximaram-se dele e se identificaram como policiais. Chikatilo foi algemado e preso para averiguações, levado para o escritório de Mikhail Fetisov, principal chefe de todos os esquadrões.

Sua mala novamente foi revistada e lá encontraram mesmo conteúdo de 6 anos atrás: uma corda, um pote de vaselina, e uma faca.

Os investigadores também revistaram o apartamento de Andrei e lá encontraram mais provas e armas. Dentre as armas várias facas, um machado e um par de sapatos que batia com a pegada de uma das cenas do crime.



Não foi fácil fazê-lo confessar, tendo Andrei alegado uma doença mental, sendo que seus crimes não seriam sua culpa. Mas a polícia investigou seu perfil e o apontou como capaz de entender e responder por seus atos e impulsos.

A polícia inicialmente ligou Andrei a apenas 36 crimes, mas Chikatilo deu detalhes de 53 assassinatos, sendo 23 meninos, 14 meninas e 18 jovens mulheres. Sua memória era impressionante, pois ele conseguia lembrar das datas, horários, locais e métodos utilizados nos crimes.

O acusado reconstituiu seus crimes utilizando-se de um manequim, explicando todos os seus métodos de atacar, amarrar, esfaquear, abusar, mutilar e matar.







Em 1992, Andrei Chikatilo foi enviado ao Instituto Serbsky, em Moscou, para uma avaliação neurológica e psiquiátrica. Ali constataram que o criminoso tinha danos cerebrais importantes que danificavam seu controle da bexiga e da ejaculação, mas segundo o laudo, foi considerado mentalmente são e apto para ser julgado.

Andrei Chikatilo foi julgado em 14 de abril de 1992, o caso recebeu o nome de "O Açougueiro de Rostov". Durante em o julgamento Andrei causou repulsa na plateia enquanto contava seus métodos e crimes. Ele foi condenado à morte por 52 dos 53 assassinatos creditados a ele.

Ao ouvir a sentença, Chikatilo surtou e acusou o juiz de trapaça. Disse também: “Quero que meu cérebro seja desmontado pedaço por pedaço e examinado, para que não haja outros como eu”.

O apelo de Chikatilo foi centrado em torno da afirmação de que a avaliação psiquiátrica que tinha considerado ele apto para ser julgado, foi tendenciosa, mas este processo não teve sucesso e, 16 meses depois, ele foi executado com um tiro na parte de trás da cabeça, no dia 14 de Fevereiro de 1994



Fontes: http://noitesinistra.blogspot.com.br/2015/05/andrei-chikatilo-o-acougueiro-de-rostov.html, http://loucoseperigosos.blogspot.com.br/2009/07/andrei-chikatilo.html, http://serial-killers.ru

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